quarta-feira, 26 de março de 2014

Ah o amor...

Enquanto ele dormia, do outro lado da linha, ela se deleitava ouvindo sua respiração lenta e tranquila. Será que ele estava sonhando com ela? Talvez não fosse a única a fazer planos para uma vida inteirinha ao lado daquele homem, aliás, será mesmo que uma só seria o suficiente? Sonhava com o dia em que dormiria ao lado dele e acordaria-o com beijinhos e mimos, afinal, ele merecia ser mimado, cuidado e valorizado, pois ela sabia que homens como ele dificilmente eram encontrados - e quando o eram, geralmente já estavam comprometidos com alguma garota esperta o suficiente pra saber que tinha pra si uma joia rara-. Mas ele estava ali, com ela. Poderia estar fisicamente junto a qualquer outra, dormir em braços quentes, que o acolheriam e realizariam seus desejos mais ardentes. Mas não, ao invés disso ele estava ali, ao telefone, com ela. Tudo bem, talvez não da forma como ela queria - deitado em seus seios, perto o suficiente pra que ela pudesse tocar lhe os cabelos, sentir seu cheiro, e admirá-lo enquanto dormia -, mas, ainda assim, juntos. É engraçado como “o estar junto” soa tão correto, mesmo quando as pessoas se encontram separadas fisicamente. E o mais incrível de tudo é a possibilidade de duas pessoas que se encontram a centenas de quilômetros de distância estarem mais conectados que casais que são praticamente vizinhos. Qual a explicação pra isso? Não sei, pura e simples sintonia? Talvez a distância realmente nos faça valorizar a presença daquele que amamos, e prestar atenção nos pequenos detalhes dele, como o barulhinho da sua respiração. Ou talvez isso seja só uma dessas coisas malucas do amor, esse sentimento tão forte que é capaz de transpor qualquer barreira, seja física ou sentimental. Ah o amor! O dela é ele.

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